Mosaicos do acreano Bab Franca e do Maranhense Alexandre Almeida

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O mosaico acreano de Bab Franca e do maranhense Alexandre Almeida

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     São dois artistas na melhor acepção da categoria, por vocação e por impulso interior, self made artists.  Ambos desfrutam do reconhecimento das comunidades aonde atuam, Bab Franca no Acre e Alexandre no Maranhão.

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     Bab Franca pertence a uma família de ourives e artistas residentes na capital acreana, Rio Branco. Pinta, inventa, dirige um folguedo popular, denominado Jabuti Bumbá, e também realiza mosaicos.

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    Como ele, Alexandre Almeida também possui vocação artística multifacetada. Fotografa e faz cinema. E realiza mosaicos artísticos.  Guarda um carinho especial pela gente de sua terra, filmada por ele no documentário “A tribuna do Gueto”, abordando o trabalho das quebradeiras de coco de Imperatriz, no sul do Maranhão. Alexandre costuma lançar uma espécie de grito de guerra – “Sou da Roça, mané, minha arte é quebrar coco!’’ – com o qual alardeia seu compromisso com a terra, embora seja capaz de se entregar de corpo e alma ao cultivo do espírito, quando de trata de produzir obras em mosaico.  

 

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         O que uniu os dois artistas foi a realização de um gigantesco mural, com 32 metros de comprimento, no interior da “Usina de Comunicação e Arte João Donato”, em Rio Branco, capital do Acre. Toda realizada com quebra de azulejos, a obra afirma-se pela criatividade e beleza plástica, dando um banho de luz e perplexidade a um espaço que até então era escuro e desanimado.

       João Donato, para quem não sabe, é o grande tecladista e precursor da bossa nova, nascido no Estado do Acre. Ao dar seu nome a um espaço cultural, os acreanos mostram o apreço e reverência por seus filhos ilustres. Um bom exemplo para o resto do país.

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    O importante dessa obra é que, através dela, a dupla Alexandre Almeida e Bab Franca fincou de forma definitiva a arte do mosaico no Acre, buscando inspiração nos valores da terra. Além do mural na Usina João Donato, eles realizaram, também em parceria, o painel em mosaico denominado “Cobra Kaxinawá” com 18 metros de largura, igualmente em Rio Branco. É também uma obra densa que mostra uma cobra enrolando-se em torno de uma casa na capital acreana.

 

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      Antes de estabelecer essa parceria, Bab Franca já vinha atuando com certa desenvoltura na criação de obras em mosaicos em Rio Branco, uma das quais de grande sutileza plástica. Foi em 2007, quando o Governo do Estado adquiriu 14 mil cadeiras plásticas para o Estádio de Futebol de Rio Branco, com as cores da bandeira acreana, vermelho, verde e amarelo.

       O artista convenceu os dirigentes do Estádio a alinhar as cadeiras, brincando com as cores de forma a configurar desenhos de figuras lendárias da Amazônia. O resultado foi uma verdadeira obra-prima, um grande mosaicão de cadeiras, especialmente quando visualizado de longe ou mais propriamente de cima, quando o Estádio “Arena da Floresta”encontra-se vazio à espera do grande público. 

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      Já em 2006, Bab Franca juntou poesia ao mosaico e realizou uma obra densa, daquelas inspiradas, que brotam de repente e são definitivas em qualquer sentido, ético, estético, cromático, dialético, único e apaixonante, à beira do Rio Branco. A obra está lá e o recado poético mostra a dimensão espiritual do artista. Ao repartir seu talento com o de outro artista do mosaico, o maranhanse Alexandre Almeida, o que se viu foi uma colaboração proveitosa e radiante, que só engrandece a obra de ambos e dignifica o Acre, como terra aquinhoada pela fortuna de seus filhos, os da terra e os de adoção.

 

 HGougon, agosto de 2010

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Eis o texto do mosaico:

Rua 6 de agosto, a 17 de novembro desaguou contigo na rua da África tuas crianças soltavam papagaios nas tardes ensolaradas enquanto o benjamim descansava ancorado nas águas leitosas do Rio Acre, o cheiro do sername misturava-se ao agradável aroma do tucupi da Donana. Os meninos pulavam nas borrachas. Seu Chiquinho abençoava e quando a noite chegava teus boêmios faziam serenata para suas amadas, moças bonitas e perfumadas. A deusa ourives tilintava o martelo no tribulé – já era madrugada – dona Amélia coava o café da padaria do seu cícero o cheiro do pão exalava e o galo em festa cantava a nova Alvorada.

Rio Branco, 12-04-2006

Bab Franca

 

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