Dos mosaicos da intervenção urbana à arte social

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Moema Branquinho, o profissionalismo na arte
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Isabel Ruas engrandece a arte
Um painel no Centro Cultural Franco Amapaense
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No Metrô com Leilah Costa
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Cláudia Sperb, a arte da cobra
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Roteiro do mosaico no Rio
Mosaico e turismo em São Paulo
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O mosaico de Noêmia Guerra
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A presença de mosaicos árabes no Brasil
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BASSANO VACCARINI, DA ITÁLIA PARA O BRASIL
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Graciano, o modernista de Sampa
Um projeto de mosaico poético para Brasília

EM MINAS, MOSAICO E RELIGIOSIDADE, ARTE E INTEGRAÇÃO SOCIAL

O mosaico religioso em espaço público mineiro
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Obra de reconhecimento público pela beleza da iniciativa

   A ocupação do espaço público com a arte do mosaico ainda cresce lentamente em todo o país, mas já conquistou uma posição muito clara e referencial em algumas capitais e cidades do interior, definindo uma estética própria, de contornos reconhecíveis, aplaudida por parcela majoritária da população. O avanço da arte dá-se de forma transparente, gradual e segura, sendo o povo das ruas, a pé ou em viaturas, o principal receptor e admirador dessas intervenções em áreas urbanas.

    O crescimento pode ainda ser lento, mas é verdadeiro e sólido. Já não se trata mais de um simples modismo, mas de uma arte que todo dia  ganha popularidade nas ruas, nas praças, nas avenidas movimentadas, nas paredes externas e até mesmo em escadas, como ocorre no Rio de Janeiro através do trabalho do artista chileno Jorge Selarón, consagrado com os mosaicos que cobrem as escadarias do Convento que se iniciam nos Arcos e sobem até Santa Teresa, no centro da cidade. Também é sempre importante lembrar dos trabalhos colossais de Bel Borba em túneis, encostas, pontes e tantos outros espaços públicos imprevisíveis tanto na cidade de Salvador como em outras cidades baianas do interior.

Obra de Marly Machado e Jussara Moreira
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Oratório Urbano: a arte e a religiosidade

    Temos visto de tudo nessa área das intervenções com mosaicos, mas há um caso em especial que, apesar de ser bastante conhecido na cidade onde se localiza, Belo Horizonte, merece ser mais apreciado e dimensionado por sua importância, beleza e pela intenção social das pessoas responsáveis pela iniciativa.

    É importante destacar aqui o trabalho significativo que Marly Machado e Jussara Moreira, ambas funcionárias da Cemig, vem realizando com a linguagem do mosaico através de sua difusão junto a comunidades carentes da periferia de Belo Horizonte, permitindo que muitas crianças de rua aprendam a se valer de materiais recicláveis, sobretudo quebras de azulejos, para elaborar objetos utilitários (ou não) através da assemblage ou dos encaixes próprios do fazer musivo.

    A primeira obra de grande visibilidade de Marly Machado foi Adoratório Urbano em frente ao número 800 da Avenida Carlos Luz, em Belo Horizonte. Trata-se de um mural que descreve com cacos e quebras de azulejo as formas das casinhas do interior de Minas e as Igrejas barrocas dos espaços históricos mineiros, tudo isso envolvendo, em degraus, um Cristo Redentor, formando um conjunto gracioso e comovente, em plena área nervosa das vias públicas de BH.

 

Obra social com patrocínio da Cemig
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Mosaico, visibilidade cada vez maior no país

       Não são apenas obras grandiosas que estão no dia-a-dia de Marly e Jussara. Elas também se dedicam a um projeto patrocinado pela  Cemig, denominado Oficina de Mosaico, através do qual ensinam moradores de municípios vizinhos, como Braúna e Juatuba, a empregar a técnica do mosaico para realizar objetos e aumentar a renda familiar.

     Já vi esse filme antes em muitos lugares do Brasil e sei que em todos eles, o reconhecimento se dá com a melhoria do amor próprio dessas comunidades beneficiadas e também com o agradecimento das populações pelas obras coloridas que começam a brotar nos espaços públicos, no revestimento de bancos, calçadas, paredes, etc... Na Paraíba da grande personalidade Núbia Gonçalves, o mosaico tem ocupado posições importantes no visual de quase todas as cidades do Estado e até mesmo em algumas dos Estados vizinhos. Há que se relatar o forte paralelismo que se anota neste caso já que em ambas iniciativas, o elemento fundamental de envolvimento dos jovens são dois: a arte do mosaico e o sentimento religioso, observado tanto no trabalho em Minas quanto o que se vê na Paraiba.

Gougon, em setembro de 2008