Do vasto e rico universo de produção artística de Odiléa Toscano,
entre desenhos, pinturas, aquarelas, gravuras e vários outros experimentos gráficos, as obras de maior visibilidade pública
são, sem dúvida, os painéis que realizou para as estações de Metrô de São Paulo. Mas é preciso ficar claro que nem de longe
a artista pode ser definida apenas por essas obras. Sua vertente criativa é muito mais vasta e significativa.
Neste espaço, cumpre abordar um de seus trabalhos murais em pastilhas
vítreas que parece ser apenas uma vertente meramente experimental dentro de sua vasta produção de obras visuais. É peça de
finalização apurada que honra e dignifica a arte pela importância de quem a assina.
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Quem reside em São Paulo com certeza já viu alguma obra de
Odiléia dentre as muitas que ornam as estações do Metrô. Sua produção artística nas estações subterrâneas não é pequena. Ela
assina obras nas estações Paraíso, São Bento e Jabaquara. Na primeira e na segunda, suas obras foram realizadas com tinta
sobre cimento. Em Jabaquara, empregou folhas de metal pintado com tinta acrílica.
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As obras pintadas sobre cimento estão sempre precisando de um reforço
na pintura; as de metal, ao contrário, parecem sempre novas.
Agora, de suas obras em logradouros públicos nenhuma supera a beleza
representada pelos painéis que decoram o terminal rodoviário da estação de Santo Amaro. Trata-se de um enorme mural em pastilhas
vítreas que enchem os olhos de todos os usuários do espaço. Fica até difícil descrever a “viagem” que significa
caminhar ao longo desse mural de características mágicas. Há que se lamentar apenas que a artista tenha parado de produzir
obras em mosaico, até porque seu trabalho recebe o aplauso de todas as pessoas que passam por ali. A obra é de 2002 e seu
sucesso reclama por novas iniciativas na linguagem das pastilhas.
Odiléa foi durante muitos anos professora de programação visual
na Faculdade de Arquitetura da USP. Passa a impressão que seu envolvimento de coração, por ser um bem de raiz que vem desde
os anos 60, é com o design gráfico que já lhe concedeu diversos prêmios ao longo das últimas décadas, o primeiro dos quais
ainda no início dos anos 60, na Primeira Bienal Internacional do Livro e das Artes Gráficas de São Paulo.
Arriscaria dizer que valeria a pena transportar algum de seus
trabalhos gráficos para a linguagem dos mosaicos, ainda que isso represente um grande desafio técnico. Afinal, é de riscos
que a arte vive e pelos riscos ela se constrói.
Odiléa é casada com o festejado e respeitado arquiteto João Walter
Toscano, professor da USP e um dos mais importantes profissionais renovadores
da arquitetura moderna brasileira.
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