Paulo Werneck é mesmo um artista surpreendente. Já falei dele muita coisa aqui e em outros sites, já apresentei
fotos e fatos sobre seu trabalho, já denunciei o mau estado de conservação de sua obra de revestimento na Igrejinha
da Pampulha, já apresentei fotos de seus trabalhos no Rio de Janeiro, tanto no Banco Boavista, quanto no edifício Marquês
de Herval, o primeiro marco modernista da Avenida Rio Branco.
Custei a encontrar dados sobre ele, do tipo quando nasceu, quando morreu, onde viveu, essas coisas todas.
Até que um dia, conheci sua filha, a escritora Regina Werneck, uma mulher interessantíssima, residente na Ilha de Paquetá
em plena baia da Guanabara, onde dedica-se a escrever livros infantis, sempre premiados. E ainda mais: vem a ser mãe
da grande jornalista Paula Saldanha, conhecidíssima por seu programa Expedições, na televisão, envolvida permanentemente em
descobrir novos espaços ecológicos, novas trilhas, novas emoções.
E as obras de Paulo Werneck não param de aflorar, revelando uma força criativa e uma pujança expressiva que não
podem continuar sem registro efetivo, num livro, ou mais acertadamente, num álbum contendo todos os trabalhos musivos que
realizou ao longo de uma vida pra lá de produtiva em todos os sentidos.
Ainda recentemente, consegui identificar mais uma obra de sua autoria na Casa da Pampulha, que Oscar Niemeyer construiu
para Juscelino Kubistchek ainda nos anos 50. Um painel de Paulo Werneck está ali, próximo a um azulejo pintado por Volpi.
Duas obras-primas.
Mas muito mais ainda está para se fazer e revelar. Aqui mesmo em Brasília, onde vivo, vai ser preciso uma verdadeira
caça ao tesouro para identificar muitas obras que ele realizou , mas estão meio que escondidas em grandes prédios públicos.
Para se ter um exemplo, mostro nesta página um painel de extraordinária simplicidade e beleza que Paulo Werneck construiu
para o Senado Federal, na saída traseira da parte que dá para a rua de serviço , de quem vai para a Gráfica e o Prodasen.
Pouca gente se dá conta, mas se trata de uma obra refinada em pastilhas cerâmicas, unicamente de coloração azul e branco.
Além desta obra, há outras, que prometo, para o início de 2004, apresentar aqui, e que estão localizadas no Itamaraty,
no Tribunal de Contas da União, no antigo prédio da Telebrás, na sede do BRB e outros prédios de Brasília ainda por localizar.
Enfim, é obra de fôlego sobre a qual ainda voltaremos a falar para ir repondo, gradualmente, o nome de Paulo Werneck no patamar
de importância que ele deve ser efetivamente situado entre os artistas que fizeram a Capital da República.