Martinho de Haro, o pintor
de Florianópolis
O Estado de Santa Catarina devotou o ano de 2007 às comemorações do centenário de nascimento
daquele que melhor traduziu nas telas a beleza bucólica das paisagens de sua terra, de seu casario e de suas cenas urbanas,
o artista Martinho de Haro.
Vistas de longe, as comemorações deixaram a impressão de que boa parte dos festejos ficou
perdida por discussões bizantinas sobre em que “escola” se deveria classificar o artista, se ele era modernista
ou se era um acadêmico.
Martinho nasceu em São Joaquim em 11 de novembro de 1907, tendo
se destacado como desenhista, pintor e muralista. Expôs pela primeira vez aos 19 anos de idade e o sucesso foi tanto que conquistou
uma bolsa de estudos do governo catarinense para estudar na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de janeiro, aonde permaneceu
por dez anos. Além dos estudos, trabalhou como auxiliar em obras religiosas e teve a oportunidade de trabalhar como ajudante
de ninguém menos que Eliseu Visconti na execução de um “panneau” para o Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1938 viajou para a França, onde passou a freqüentar a Academie de la Grande Chaumière, mas teve que retornar ao Brasil no
ano seguinte por causa da guerra. De Paris trouxe sua principal obra criativa: o filho recém nascido, Rodrigo de Haro, que
representa hoje em Santa Catarina sua face artística
mais criativa e generosa, que perpetua a vocação pelas artes da família Haro. (Tecle no nome de Rodrigo
de Haro, logo abaixo, e conheça mais sobre o filho artista de Martinho)
RODRIGO DE HARO
Martinho foi à sua época o principal retratista das cenas cotidianas de Santa Catarina.
De seus pincéis saíram cenas bucólicas, especialmente dos casarios coloridos que já não mais existem pois que deram lugar
a prédios modernos, residenciais e comerciais.
Pois foi em um deles, talvez o mais simbólico da época das grandes edificações –
o Palácio das Indústrias, no centro de Florianópolis – que Martinho concebeu um mural ocupando as paredes do andar térreo.
A obra mostra trabalhadores na forja, parecendo construir o mundo da modernidade, decorando a entrada da Federação de Indústrias
de Santa Catarina, ou seja, um marco da expressão industrial do Estado.
Martinho faleceu em 1985, mas deixou uma memória digna e profícua de suas obras plásticas,
tornando-se uma referência das artes catarinenses, que soube engrandecer com trabalho e profunda sensibilidade.
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