Curitiba além de nossos olhos

Vista de longe, Curitiba passa ao Brasil uma impressão de cidade comprometida com a ordem e a disciplina nas suas configurações urbanas. Essa imagem também envolve seu povo, considerado ordeiro, trabalhador e criativo. Entre seus muitos artistas que ganharam expressão nacional, Poty Lazarotto é dos mais distinguidos e reverenciados, tanto por sua pintura, como também pela gravura, estatuária, desenhos, quadrinhos e pelos mosaicos que concebeu. A cidade também teve a fortuna de acolher o ítalo-brasileiro Franco Giglio, um dos artistas que mais produziu obras em mosaico para os prédios residenciais e para os prédios públicos curitibanos.

A nova geração que os sucedeu tem dado demonstrações claras de continuar a saga da criatividade plástica em manifestações que brotam por toda parte, especialmente nesta vertente dadivosa e rica do mosaico artístico, que vem marcando sua presença por ações coletivas e associativas que enriquecem a vida da cidade e fortalecem a presença desse veio de inquietação criativa no coração da capital paranaense.

Um dos últimos rebentos dessa ação coletiva foi o painel “Olhares Curitibanos” que, para muito além da mera representação da cidade, formata uma experiência de trabalho associativo de expressiva conseqüência na maneira do fazer artístico, enriquecendo o mosaico como arte monumental, capaz de embelezar o espaço público de acordo com sua vocação muralista e urbana.

A sintonia entre os participantes desta aventura visual proporcionou a criação e a execução da obra, envolvendo em todas as etapas as mosaicistas e os mosaicistas Carmem Leal, Patrícia Ono, Nezilda Holtman, Adriane Smythe,  Ademir Paixão, Fernando Varella, Fernanda Czelujinsli,  Ruth Domingues e Acir Prosdócimo. Também trabalharam no projeto, colaborando na execução, Ivanete dos Santos, Marise Giacomini e o  Sr. Lauro do Centro de Criatividade, do Parque São Lourenço, aonde a obra se encontra.

A autoria do desenho que mostra os principais ícones da estatuária e da arquitetura de Curitiba é da lavra do artista Ademir Paixão. No painel se identificam, em forma estilizada, o museu Oscar Niemeyer, a Ópera de arame, a Catedral da Praça Tiradentes, o Teatro Guaira, as esculturas de Stenzel e Humberto Cozzo, e assim por diante, conseguindo condensar todas essas ilustrações num espaço de 2mx3m.

Patrícia Ono foi a coordenadora dessa iniciativa e relata que conseguiu a colaboração de muitos curitibanos, bem como da Prefeitura da cidade, da Fundação Cultura e Centro de Criatividade, e patrocínio da Efee’s Arte Mosaicos.

A obra foi concluída e inaugurada no final de 2009. Encontra-se instalada no Centro de Criatividade e Cultura do Parque São Lourenço, emprestando um novo sentido ao espaço e abrindo as portas para novos empreendimentos coletivos desta natureza, que enriquecem a vida curitibana e dá nova projeção artística à cidade.

hgougon, set. 2010