Noêmia Guerra, um mosaico que vale por mil
Guarde bem este nome: Noêmia Guerra. Ela foi responsável pela obra mais estupenda e instigante
dentre tantas que já foram realizadas na linguagem dos mosaicos em logradouros públicos no Rio de Janeiro.
O painel de sua autoria na esquina da Rua Júlio de Castilhos com Raul Pompéia, em Copacabana,
no Rio de Janeiro, é verdadeira obra-prima, capaz de mexer com todos os sentidos por sua beleza, complexidade e extraordinária
plasticidade. Foi realizado em 1956, dois anos antes de embarcar para Paris onde fixaria residência e prosseguiria sua trajetória
artística nas décadas seguintes, com destaque em todas as modalidades de trabalhos - da aquarela à pintura, do desenho à gravura.
Retornou ao Brasil muitas vezes para rever a família, mas sua carreira profissional foi
inteiramente desenhada na Europa, que percorreu de ponta a ponta, expondo nas melhores galerias, freqüentando os melhores
ateliês, recebendo prêmios, cumprimentos da crítica e os aplausos de uma legião de apreciadores de suas obras.
Depois de quase cinco décadas no exterior, retornou ao Brasil em 2004, com a saúde debilitada,
vindo a falecer em 2007, rodeada pelos filhos e netos que, no início de 2009 organizaram uma mostra retrospectiva de sua obra
no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo editado um catálogo com os melhores momentos de sua gigantesca produção
artística.
A família também providenciou uma placa que o fabuloso painel em mosaico reclamava, até
por força de sua grande visibilidade pública.
No catálogo da exposição, há fotos de uma casa onde residiu por muito tempo no Algarve,
em Portugal, que revela a presença de uma segunda obra, em mosaico de pedras, na parede externa da residência, a que deu o
nome de Casa das Cigarras.
Além do catálogo, a família de Noêmia recolheu diversos testemunhos de amigos e críticos
de arte. Vale a pena conhecer mais este “mosaico” de impressões sobre a artista, no endereço eletrônico http://www.noemiaguerra.com.br
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